A imprensa pernambucana noticiou neste final de semana o falecimento da líder feminista VANETE ALMEIDA, 69 anos, em Recife, no último sábado.
Desde o ano passado, ela vinha lutando contra um câncer. Vanete Almeida viveu no distrito de Jatiúca, onde desenvolveu trabalhos em prol das mulheres rurais e ficou conhecida internacionalmente ao ponto de ser indicada ao Prêmio nobel da Paz, no ano de 2005. Ela era natural do município de Custódia, no Sertão, e deixa um legado de história e uma só bandeira, a luta pela igualdade e dignidade das mulheres trabalhadoras rurais.
O corpo da feminista está sendo velada no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde acontecerá uma cerimônia religiosa presidida pelo bispo da Diocese de Afogados, Dom Egídio Bisol. Às 12h, será realizado o ritual de cremação. As cinzas do corpo serão levadas para Serra Talhada, onde no próximo sábado (15) acontece uma solenidade para amigos, admiradores e trabalhadores rurais.
HISTÓRIA DE LUTA - Maria Vanete Almeida nasceu em 1943, mulher negra e sertaneja, como costumava se definir. Vivia na comunidade de Jatiúca, distrito do município de Santa cruz da Baixa Verde, no semiárido pernambucano. Seu trabalho com mulheres rurais teve início na década de 1980, quando saía de casa de madrugada e percorria 30 quilômetros de carona em caminhões com um único objetivo: conscientizar mulheres de seus direitos, quebrando séculos de repressão.
Atualmente, era presidenta do CECOR (Centro de Educação Comunitária Rural), sediado em Serra Talhada. Foi coordenadora da Rede LAC (Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe), representando 25 mil trabalhadoras de 23 países. Foi também assessora da Federação dos trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape).
Ganhadora do prêmio Trip Transformadores (2009). Em 2005, ela esteve na lista das 1000 Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, da ONG suíça Peace Women Across the Globe, que buscou, de forma coletiva, indicar todas as listadas ao Prêmio Nobel daquele ano. Em 2002, ganhava o prêmio Cláudia, promovido pela Revista Cláudia.
Sua história de luta inspirou os livros “Ser Mulher num Mundo de Homens”, “Mulheres que mudaram a história de Pernambuco” e “Uma história muito linda” e também o vídeo “Coragem de Ser”. Vanete Almeida é umas das personagens do documentário “Eu Maior”, que será lançado no final do ano e traz uma reflexão contemporânea sobre autoconhecimento e busca da felicidade, por meio de entrevistas com expoentes de diferentes áreas do país. Ela tinha acabado de concluir o livro “Lutando e Lutando…”, que conta sua caminhada na luta contra o câncer e deixa uma mensagem para desmistificar a doença para as trabalhadoras rurais.
FONTE: http://www.caatinga.org.br
Postado por Givanilson Magalhães