A Coordenadora do Lamepe, Francys Lacerda falou sobre a situação no semi árido nordestino. Ela revelou que as previsões ainda não são das melhores, mas apontou um alento. O aquecimento das águas do Oceano Pacífico, causador do fenômeno El Ninõ, está perdendo força nos últimos dias, o que pode favorecer a volta das chuvas. Leia trechos da entrevista concedida a Aldo Vidal e Michelli Martins:
Previsão para três meses
Temos locais no Sertão a quase um ano sem precipitações significativas. O quadro vem se agravando. Para os próximos três meses a situação ainda é preocupante. As primeiras trovoadas deveriam ocorrer mês que vem e a previsão ainda é de ausência de chuvas.
Aumento do calor no Sertão
Não tem relação direta com a possibilidade de chuvas. Nos últimos dez anos, a temperatura vem batendo recordes. Temos registrado temperaturas de 40 graus no sertão. Atualmente, estamos verificando e monitorando as temperaturas que continuam extremas. Essa sensação de tempo abafado tem aumentado porque aumentou quantidade de nuvens, associada a radiação solar é extremamente alta. As nuvens fazem como uma tampa em uma panela de pressão, aumentado sensação térmica. A humidade relativa do ar tem aumentado também. Esse transporte de humidade e nuvens vem da região amazônica. Isso não significa pré anúncio de chuvas regulares. Isso tem aumentado o calor e a evaporação.
Possiblidade de chuvas isoladas
Elas podem acontecer . O problema é que para elas alcançaram no máximo sul da Bahia e estão fracas. Era necessário que essas frentes frias estivessem estacionadas em Minas e sul da Bahia. Isso contribuiria para que elas se movimentassem para semi árido.
El Niño
O fenômeno El Nino estava em evolução, o que era negativo. Se chegasse até fim de 2012 assim teríamos mais uma seca não necessariamente com as características deste ano, mas agravada por este período. Mas nos último as 15 dias o comportamento das águas do Oceano Pacífico começou a mudar. O oceano começou a esfriar. É uma luz no fim do túnel. Se esse comportamento se mantiver vamos ter dezembro ou janeiro com mudança do quadro crítico de chuvas para ano que vem. Mas no memento ainda não temos esse padrão estabelecido, pois as águas no Atlântico ainda estão frias. Mas pancadas de chuva podem ocorrer eventualmente.
Postado por Givanilson Magalhães