quarta-feira, 3 de abril de 2013

ESTUDANTE DE SANTA CRUZ DA BAIXA VERDE GANHA PRÊMIO POR DESENVOLVER COMBUSTÍVEL EM FORMA DE COMPRIMIDO

Um combustível sólido desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Pernambuco (UPE) poderá substituir, em breve, a lenha usada para fabricar o tradicional pãozinho que chega à mesa dos recifenses todos os dias. O pellet é feito da madeira descartada nas obras da construção civil e tem as vantagens de ser facilmente transportado, não poluir o meio ambiente, gerar mais calor e levantar o debate sobre o uso sustentável dos resíduos sólidos.
A produção em escala comercial do novo combustível depende apenas do interesse empresarial para se tornar realidade.
O projeto que propõe o aproveitamento da madeira foi o grande vencedor do Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável, superando outras 111 ideias.
O pellet é um cilindro com cinco centímetros, semelhante a um comprimido, mas duas ou três vezes maior. Pode ser usado em fornos para a fabricação de pães e pizzas e em caldeiras industriais para a geração do vapor que move turbinas. A gaseificação do pellet também permitirá, no futuro, que seja utilizado como combustível para carros e motos. Isso, porém, depende de mais estudos e investimentos para sair do papel.
“A nossa ideia é que esse combustível substitua a madeira no futuro, reduzindo o corte ilegal de árvores, por exemplo”, disse o professor-orientador do projeto, Sérgio Peres. A pesquisa encabeçada pelo Laboratório de Combustíveis (Policom) da UPE, com a participação do estudante Humberto Santos, 21 anos, levou dois anos para ser concluída e não foi patrocinada.
Hoje, o setor da construção civil produz cerca de 180 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, só no Grande Recife. O que não é reaproveitado - a maior parte - é levado para os aterros sanitários do estado. Na prática, o material descartado deixa de ter um uso nobre, ocupa espaço e polui o meio ambiente. Isso, afirmam os especialistas, sem contar com a tempo de deterioração, que varia segundo o resíduo.

RECONHECIMENTO

A ideia foi reconhecida com o prêmio de R$ 60 mil, repartidos em partes iguais entre o professor, a universidade e estudante Humberto Santos, 21 anos, do curso de engenharia mecânica industrial. Por enquanto, os R$ 20 mil garantidos por Humberto - aluno do 7º período - ficarão guardados no banco. “Ainda não sei o que vou fazer com o dinheiro, mas pretendo investir na minha formação”, justificou. Nascido em Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão, filho de família humilde, o pai é agricultor e a mãe é professora, o pesquisador sempre estudou em escolas públicas.

FONTE:
Diário de Pernambuco (31/03/2013)
Postado por Givanilson e Giovani Magalhães