quinta-feira, 30 de setembro de 2010

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA!

Em comemoração aos 19 anos de emancipação política de Santa Cruz da Baixa Verde, nesta sexta-feira, dia 01 de outubro, será celebrada uma Missa Solene ás 16 horas na Rua Monsenhor Elizeu Diniz, local onde foi erguido o cruzeiro que deu nome a nossa cidade. Ás 6 horas da manhã a alvorada será ao som da Filarmônica Isaias Ilma. As reparticões públicas não funcionarão devido ao feriado municipal.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

COMISSÃO DE FESTA DISTRIBUI PROGRAMAÇÃO COM MODIFICAÇÃO

Depois de confirmar a vinda do grupo Trepidant’s para a XV Feira da Rapadura, a comissão da festa volta atrás e já distribui nova programação com a Banda Grafith substituindo o grupo que fez sucesso nos tempos da Jovem Guarda. Acompanhe a nova programação.
(Para melhor visualização click na imagem)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

FABRICANDO TIJOLOS!

Sou de um tempo em que 100% da construção civil de Santa Cruz da Baixa Verde era alimentada com “tijolo maciço”, “comum” ou “tradicional”. Ninguém levantava uma casa com blocos de furos, motivo pelo qual existiam várias “olarias” na nossa cidade. Era comum encontrarmos em nossa pequena Santa Cruz famílias que viviam do fabrico daquele tipo de tijolo. Não esqueço dos jumentos em fila indiana, rua acima e rua abaixo, carregados de carga tão pesada. Na verdade era o principal meio de transporte daquele material, que era levado do local de seu fabrico até a construção de destino. Hoje, pouca gente constrói com esse tipo de tijolo. A preferência é construir com blocos de seis ou oito furos. É mais prático, mais leve e dependendo poderá sair bem mais em conta do que o tijolo tradicional.

Outro dia, caminhando pela cidade me deparei com um senhor trabalhando no fabrico de tijolos. Há muito que não via alguém naquela atividade. Lembrei-me dos velhos tempos. De quando passava pelas olarias e ficava a observar a agilidade dos meninos que cortavam tijolos para depois empilhar. Alguns eram colegas meus. Cortando e empilhando... Não tinham muito tempo para brincar. Quando muito, sobrava-lhes tempo para irem a escola.
Curioso, perguntei aquele senhor sobre a necessidade de enfrentar trabalho tão cansativo e engenhoso. Ele me respondeu que estava trabalhando no fabrico de cerca de vinte mil tijolos que serviriam para venda e construção de sua casa própria. Disse ainda que estava aproveitando o fabrico e tirando o barro do local onde pretendia construir, para que ficasse nivelado com os outros terrenos. Despedi-me do conterrâneo e sai pensando comigo mesmo: “que idéia inteligente!”.
E assim segue a nossa Santa Cruz da Baixa Verde! Quando menos esperamos encontramos no meio desse povo humilde e trabalhador verdadeiros guerreiros! Desafiando gigantes conseguem edificar nossa cidade com carinho e determinação!

sábado, 25 de setembro de 2010

LÉO MAGALHÃES É A NOVA ATRAÇÃO ANUNCIADA PARA A XV FEIRA DA RAPADURA

Confirmada uma nova atração para a XV Feira da Rapadura.
Desta vez a coordenação da festa procurou o nosso Blog para anunciar a vinda do cantor Léo Magalhães em substituição ao grupo baiano “É o Tchan!”.
Visto como nova revelação da música sertaneja o cantor apareceu por dois anos consecutivos entre os melhores de seu estado natal - Minas Gerais. Hoje o sucesso do cantor rompe as fronteiras das Minas Gerais e lhe rende uma agenda de shows de Norte a Sul do Brasil. Canções como: “Primeiro de Abril - Cara Errado - A Culpa é Sua - Rafaela e 24 Horas Pensando em Você” conduziram o artista ao topo da parada de sucessos por semanas consecutivas e lhe rendeu participações em vários programas de televisão.
Assim, após anunciada esta nova atração, a nova programação de shows seguirá o seguinte roteiro:

XV FEIRA DA RAPADURA
22 A 24 de outubro – 2010
Santa Cruz da Baixa Verde – PE


PROGRAMAÇÃO DE SHOWS
SEXTA FEIRA – 22/10/2010
21:00 H – BANDA REGIONAL
23:00 H – BANDA LABAREDAS
02:00 H – CANTORES FÁBIO E NANDO

SÁBADO – 23/10/2010
22:00 H – BANDA TREPIDANT’S
00:00 H – CAROL E BANDA FORROZÃO CAPIM
02:00 H – BANDA CAPITAL DO SOL

DOMINGO – 24/10/2010
22:00 H – BANDA REGIONAL
23:00 H – LÉO MAGALHÃES
02:00 H – BANDA SAIA RODADA

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

COORDENAÇÃO MUDA PROGRAMAÇÃO

Atendendo a pedidos da população a coordenação da XV Feira da Rapadura começa a fazer alterações na programação da festa e informou ao nosso Blog que já está confirmado o grupo Trepidant’s em substituição ao cantor Almir (ex-Fevers). Assim como Pholhas, Feveres, Golden Boys ou ABBA os “Trepidant's” teem 40 anos de estrada empolgando o público com músicas marcantes.
Outra substituição, ainda não definida, será feita com a Banda “É o Tchan”. Logo que tivermos novas informações estaremos postando.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

FEIRA DA RAPADURA...

Desde o último sábado que venho acompanhando as manifestações dos conterrâneos no que se refere à programação da XV Feira da Rapadura. Confesso que estava bastante aborrecido ao perceber que o conteúdo dos muitos recados registrados aqui no Blog só se preocupa com as atrações musicais. Pensei comigo: “Minha nossa! Ninguém se manifesta sobre o verdadeiro sentido da festa!”. Não sou contra as boas atrações musicais e até reprovo algumas das que estão na programação que foi divulgada. Mas, não está na hora de pensarmos “GRANDE” e começarmos a ver a festa que dá uma identidade a nossa Santa Cruz da Baixa Verde por outro lado?
Tenho orgulho de ter participado da organização da I Feira da Rapadura em 1996. Naquele ano todos nós tínhamos uma outra idéia de: “para que a festa da rapadura?" Ainda consigo ver aquela como uma das maiores de todas as edições da festa, para não dizer a melhor. E imaginar que éramos apenas meros coadjuvantes na organização do evento. Não! Não estou me gabando por ter participado daquela coordenação. Refiro-me tão somente ao sentimento grosseiro de se achar que a festa não passa apenas de um festival de MPB – Música Popular da BESTEIRA. Vamos pensar “Grande!” Temos que exigir respeito pela nossa rapadura e não apenas pelos nossos ouvidos. Organizar a exposição nos estandes e a ornamentação da praça conforme pudemos ver na edição da festa em 2007 deixará sempre uma boa impressão para conterrâneos e visitantes.

Lembro-me que quando universitário (1997), na Universidade Católica de Pernambuco, cheguei atrasado para assistir a primeira aula de Sociologia e todos os meus colegas tinham acabado de se apresentar ao novo professor. Pedi licença, entrei e sentei. O professor era um coronel da Polícia Militar aposentado. Olhou para mim e pediu que me apresentasse. Então disse o meu nome e que era um interiorano da cidade de Santa Cruz da Baixa Verde. Ele olhou para mim e disse: “Áh! Você é da “Terra da Rapadura certo?”. Todos os meus companheiros de curso, uns sessenta, levantaram os olhos para minha direção e daquele momento em diante me tratavam como “o colega da Terra da Rapadura”. Para alguns poderia parecer estranho, mas a verdade é que sempre me orgulhei de ser da “Terra da Rapadura”. Conto este fato para poder dizer que esta é uma das identidade que devemos defender para nossa Santa Cruz. A rapadura tem uma história em Santa Cruz da Baixa Verde, ou seja, a história de nosso município gira em torno do ilustre doce. Assim como muitos, tive dois bisavôs que viviam do fabrico de rapaduras. Não podemos deixar que essa cultura desapareça do meio de nós. Por isso quero parabenizar “Samuel” por deixar um recado que alertar a coordenação para as exposições feitas nos estandes.

Ora! Se por um motivo ou outro é difícil convencer os Senhores de Engenho de exporem seus produtos, por que não ir atrás dos “Comerciantes da Rapadura?” Estes sim, teem muitos lucros com a venda da rapadura pelo Nordeste afora e, conseqüentemente, são beneficiados com a festa. Se acharem que este não é um bom caminho, então por que não trabalhar com os estudantes? São dinâmicos, criativos, inteligentes, teem ao seu lado bons mestres orientadores e poderiam, por equipes, adotarem os engenhos para exporem seus produtos nos estandes. Não é em vão que a Expo-cultura organizada por alunos e professores da Escola Regina Paces é um sucesso!
As atrações musicais também fazem parte da festa. Nada contra. Mas é sempre bom lembrar que a boa música faz bem aos nossos ouvidos. Trocar nossa MPP – Música Popular Pernambucana pela dos outros, nem sempre é um bom negócio, pois Lenine, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Nando Cordel, Edson e Batista Lima, Silvério Pessoa, Dominguinhos, Jorge de Altinho, Alcimar Monteiro, Assisão e Reginaldo Rossi são pernambucanos, viu!
Quero lembrar que estas são apenas sugestões para melhoria da festa. Não tenho intenção de atropelar ninguém, mas apenas contribuir com o progresso de nossa cidade. Afinal a Feira da Rapadura é de todos nós!

domingo, 19 de setembro de 2010

XV FEIRA DA RAPADURA - PROGRAMAÇÃO

Após publicarmos a programação da XV Feira da Rapadura, que nos foi entregue pela coordenação da festa, fomos informados que a programação de shows sofrerá alguns ajustes. Quanto a data da festa, esta permanece agendada para os dias 22, 23 e 24 de outubro. Assim, ficaremos no aguardo da nova programação para futura postagem.

RÁDIO COMUNITÁRIA SANTA CRUZ FM NORMALIZA PROGRAMAÇÃO

Operando a exatamente um mês, na freqüência modular 87.9 Mhz, a rádio comunitária Santa Cruz FM já é sucesso absoluto entre as estações de rádio que atingem o nosso município. A Santa Cruz FM tem uma boa aceitação do público e abrange não só a área urbana mais também a zona rural, tornando-se, assim, o principal meio de comunicação entre a cidade e o campo.
Atendendo a solicitações de alguns internaltas que acessam o nosso Blog, estamos disponibilizando o telefone de contato daquela unidade comunitária de comunicação. O atendimento ao público é pelo telefone (87) 8803-8561. Segundo os locutores da emissora os contatos podem ser feitos a qualquer hora do dia ou da noite.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO:

De Segunda à Sábado:

04h às 06h - Madrugada Sertaneja
Apresentação: Zé Guabiraba

06h ás 08h – Forrozão Baixa Verde
Apresentação: - Coronel Possidônio

08h ás 12h – Manhã Interativa
Apresentação: Luciene Melo

12h ás 16h – Encontro com o ouvinte
Apresentação: Marta Poliana

16h ás 19h – A Hora da Paixão
Apresentação: Zé Guabiraba

19h ás 20h – Voz do Brasil
(Brasília)

20h ás 23h – Conexão 87
Apresentação: Ninha Melo

* Sábado: 06h, 12h e 18h - Ofício da Imaculada Conceição.
* Aos Domingos: Programa musical, cultural e informativo aberto à participação do ouvinte.

sábado, 18 de setembro de 2010

A CIDADE CRESCE!

Andando pelos arredores de Santa Cruz é possível constatar com facilidade que a cidade não pára de crescer. Aos poucos os bairros vão se esticando e ganhando novas ruas calçadas e saneadas. Um exemplo desse crescimento pode ser visto no Bairro São Pedro onde uma nova rua, paralela a Rua Princesa Isabel, já se estende desde a lateral da fábrica de sacolas de plástico até as proximidades da Academia da Cidade.

Para estruturar o crescimento, o poder público tem investido em saneamento básico e calçamentos, como forma de beneficiar os moradores dos trecho que ainda não possuem essa necessidade básica. Outro investimento importante também pode ser visto no Conjunto Habitacional Antônio de Melo Lima, onde já é possível ter uma boa imagem de como ficará aquele bairro após ter suas ruas calçadas.

Os moradores das proximidades do Nillu”s Clube também teem muito o que comemorar, pois as expectativas são de que com a conclusão das obras nestes outros dois bairros, a equipe comece os serviços naquela localidade. Quem passar naquela área já poderá ver muita areia e paralelepípedos espalhados pelo acostamento das ruas que serão calçadas.


Pelo que pudemos ver a “Terra dos Engenhos” tirou o pé do freio e já se projeta como uma das cidades que mais cresce no Sertão do Pajeú. E viva o “Povo Brejeiro”!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

XV FEIRA DA RAPADURA – 22, 23 e 24 DE OUTUBRO - SANTA CRUZ DA BAIXA VERDE-PE

Depois de muitas especulações sobre a data e possíveis atrações da XV Feira da Rapadura, finalmente os coordenadores da festa disponibilizaram o período e programação do evento.
A Feira da Rapadura é um acontecimento que está no calendário festivo de Santa Cruz da Baixa Verde desde 1996 e que tem como objetivos divulgar a produção e comercialização de rapaduras fabricadas em nosso município. Tem o apoio das esferas governamentais, SEBRAE, Senhores de Engenho e empresários locais. Além da exposição de rapaduras e outros derivados da cana-de-açúcar, também faz parte das festividades apresentações culturais diversas e uma programação de shows que acontecem no pátio de eventos da cidade. Com a confirmação da festa para os dias 22, 23 e 24 de outubro e sua divulgação antecipada, acreditamos que fica mais fácil para os conterrâneos que estão distantes se programarem para vir participar do evento. Acompanhe, em primeira mão, a programação que nos foi fornecida pelos organizadores.

XV FEIRA DA RAPADURA
22 A 24 de outubro – 2010
Santa Cruz da Baixa Verde – PE


PROGRAMAÇÃO:

SEXTA FEIRA – 22/10/2010
06:00 H – ALVORADA
08:00 H – HASTEAMENTO DOS PAVILHÕES
16:00 H – DESFILES DAS BANDAS MARCIAIS DO MUNICIPIO
16:00 H – SOLENIDADE DE ABERTURA DA FEIRA
20:00 H – APRESENTAÇÕES CULTURAIS DAS CIDADES DO PAJEÚ
21:00 H – BANDA REGIONAL
23:00 H – BANDA LABAREDAS
02:00 H – CANTORES FÁBIO E NANDO

SÁBADO – 23/10/2010
06:00 H - ALVORADA
08:00 H – HASTEAMENTO DOS PAVILHÕES
15:00 H – EXPOCULTURA (PÁTIO DE EVENTOS)
15:30 H – APRESENTAÇÃO DE BACAMARTEIROS
16:00 H – ABERTURA DA FEIRA NOS ESTANDES
20:00 H – APRESENTAÇÕES CULTURAIS DAS CIDADES DO PAJEÚ
22:00 H – CANTOR ALMIR (EX-FEVERS)
23:00 H – CAROL E BANDA FORROZÃO CAPIM
02:00 H – BANDA CAPITAL DO SOL

DOMINGO – 24/10/2010
06:00 H – ALVORADA
08:00 H – HASTEAMENTO DOS PAVILHÕES
12:00 H – ABERTURA DA FEIRA NOS ESTANDES
15:00 H – PALESTRAS E OFICINAS CULTURAIS
20:00 H – APRESENTAÇÕES CULTURAIS DAS CIDADES DO PAJEÚ
22:00 H – BANDA REGIONAL
23:00 H – BANDA É O TCHAN (SALVADOR – BAHIA)
02:00 H – BANDA SAIA RODADA

MAIS INFORMAÇÕES ENTRAR EM CONTATO COM A COORDENAÇÃO.
Contato: (87) 3846 8149 / 3846 8680
E-mal: pmscbv.gabinete@ig.com.br

terça-feira, 14 de setembro de 2010

INFORMATIVO - BLOG TEM CONTADOR MUNDIAL DE ACESSOS

Caros conterrâneos, desde julho último que se encontram instalados em nosso Blog, além do antigo contador de acessos, outros dois contadores de visitas. Um contador de visitas nacional e outro internacional.
No contador nacional, que está localizado no lado direito da nossa página e abaixo do Mural de Recados, é possível visualizar a quantidades de acessos diários ao Blog por cidade. É válido lembrar que os acessos dos leitores de Santa Cruz da Baixa Verde são indicados por ”S”.
No final da página está localizado o contador de acessos por país. Esse contador mostra a quantidade de acessos mundial feitos ao nosso Blog. Nesse caso, a quantidade de acessos por país está interligado a respectiva bandeira nacional. Mais uma ferramenta que estamos utilizando para visualização mais específica de nossos leitores.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CEM MIL ACESSOS!



Não poderíamos deixar de registrar aqui os 100.000 acessos ao nosso Blog.
Com certeza um número que jamais imaginaríamos alcançar. Como costumamos falar:
“PARA NÓS É UMA ALEGRIA SABERMOS QUE ESTAMOS LEVANDO NOTÍCIAS DE NOSSA CIDADE PARA TODOS OS CANTOS DO PAÍS – A TODOS O NOSSO MUITO OBRIGADO!”

CAMPANHA ELEITORAL GANHA AS RUAS

Os eleitores de Santa Cruz da Baixa Verde já se encontram bastante envolvidos na campanha eleitoral deste ano. Ontem aconteceu um movimento em prol da reeleição dos candidatos a deputado Sebastião e Inocêncio Oliveira.
Campeões de votos nas eleições de 2006, em Santa Cruz da Baixa Verde, os candidatos foram muito bem recepcionados pelo público local e percorreram o trecho que liga o trevo da PE 365 ao centro da cidade, onde pediram o apoio dos santa-cruzenses para estas eleições, comentaram as várias obras conseguidas para o município em parceria com o prefeito do município - Dr. Fanão e reforçaram a continuidade dos trabalhos quando de posse dos novos mandatos. Os participantes responderam com aplausos e agitação de bandeiras.








terça-feira, 7 de setembro de 2010

SETE DE SETEMBRO

Neste 7 de Setembro as escolas municipais de Santa Cruz da Baixa Verde prestaram mais uma vez suas homenagens a Pátria e desfilaram com suas bandas marciais e pelotões diversificados.
O evento aconteceu no final da tarde e teve grande participação do público local e autoridades. Entre os presentes estavam o prefeito do município – Dr. Francisco Gomes, a primeira dama Dra. Ildete Diniz, o vice-prefeito – Megeu, o empresário Inaldo Diniz, secretários, vereadores e diretores das escolas. Este ano as escolas estaduais não participaram do desfile alegando dificuldades financeiras para organizar suas apresentações.
Entre as escolas municipais que participaram estiveram também à Turma da Terceira Idade e a Escola Mestre Alfredo.
Em seu discurso o prefeito lembrou a importância de termos um país independente comparando o Brasil colônia com os tempos em que lutávamos pela independência de nosso município. Lembrou nossas dificuldades de outrora e em seguida destacou as conquistas obtidas após a independência municipal.







domingo, 5 de setembro de 2010

CLEMENTINO QUELÉ - "O FAMOSO GUERREIRO DE SANTA CRUZ DA BAIXA VERDE"

No início da semana recebemos um e-mail do pesquisador potiguar Rostand Medeiros. Em sua mensagem Rostand nos disponibiliza, para publicação neste espaço, sua pesquisa sobre as maiores batalhas do Cangaço ocorrida em Santa Cruz da Baixa Verde na década de “vinte”. O fato se deu entre Clementino José Furtado, vulgo Sargento Quelé ou “Tamanduá Vermelho” e o grupo comandado pelo maior cangaceiro que se tem conhecimento: Virgulino Ferreira da Silva, vulgo “Lampião”.
Em 2007, baseado em fatos narrados por outros pesquisadores da história do Cangaço, já havíamos postamos aqui no Blog um ligeiro histórico da vida seguida pelo ex-cangaceiro que virou sargento de polícia e transformou-se no mais ferrenho perseguidor do Rei do Cangaço. Agora apresentamos aquela que acreditamos ser a maior e mais completa de todas as pesquisas sobre o “Famoso Guerreiro de Santa Cruz da Baixa Verde”.
Agradecemos ao célebre pesquisador por nos ter disponibilizado o material que conta o notório episódio que resgata os registros de nossa história e que enriquece em longa escala a árdua cultura vivida pelos nossos conterrâneos.


“HOJE SÓ SE SALVA QUEM AVÔA”

AS BATALHAS ENTRE CLEMENTINO QUELÉ E LAMPIÃO EM 1924
SANTA CRUZ DA BAIXA VERDE - PERNAMBUCO


Rostand Medeiros
Pesquisador - rostandmedeiros@gmail.com

Em um dia de agosto de 2006, uma sexta feira, na cidade pernambucana de Santa Cruz da Baixa Verde, em Pernambuco, na companhia do escritor e pesquisador Sérgio Dantas, tivemos a oportunidade de conhecer um homem, nascido em 1912, que pela sua lucidez e saúde, foi como encontrar um verdadeiro tesouro da história oral do cangaço.

Seu nome era Antônio Ramos Moura, sua residência uma casa ampla no sitio Conceição e o assunto foi os dois ataques perpetrados por Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seus cangaceiros, contra a casa do seu antigo parceiro, Clementino José Furtado, o Clementino Quelé, que após estes embates se tornou um dos mais esforçados perseguidores do “Rei do cangaço”.
Antônio Ramos Moura, então com doze anos, foi testemunha destes episódios e detalhou vários aspectos de sua vida na época e rememorou inúmeros fatos.

A Santa Cruz

O atual município de Santa Cruz da Baixa Verde está localizado na região do Sertão do Alto Pajeú, na fronteira com a Paraíba. Fica distante 455 quilômetros de Recife, possui um agradável clima serrano e a cidade se caracteriza por concentrar na atualidade a maior quantidade de engenhos de rapadura de Pernambuco. Já as origens do local são oriundas do antigo “sítio Brocotó” e a atual denominação tem origem na ação de um missionário nordestino que possui uma história extraordinária.
Nascido em 5 de agosto de 1806, na Vila de Sobral, Ceará, José Antônio Pereira Ibiapina teve uma origem confortável. Mas devido a participação do seu pai Francisco Miguel Pereira na insurgência conhecida como Confederação do Equador, este foi fuzilado em 1825, e o irmão Alexandre seguiu preso para a ilha de Fernando de Noronha, onde morreu pouco tempo depois. Ibiapina teve que assumir e manter financeiramente a família. Algum tempo depois ingressou no Curso de Direito do Recife, concluindo em 1832. No ano seguinte exerce o cargo de professor substituto de Direito Natural na Faculdade de Olinda. Depois foi eleito Deputado Geral e nomeado, em dezembro, Juiz de Direito da Comarca de Campo Maior, no Ceará. Concluídos os trabalhos legislativos, em 1837, Ibiapina voltou para o Recife e resolve exercer a advocacia. No entanto, ele passa a trabalhar efetivamente na profissão no estado da Paraíba. Em 1840 volta ao Recife e continua sua luta junto aos tribunais. A partir de 1850 Ibiapina resolve abandonar seus trabalhos forenses e inicia um período dedicado à meditação e exercícios de piedade. Após três anos de meditação e reflexão, Ibiapina decide-se pelo sacerdócio. Nesse sentido, em 12 de julho de 1853, aos 47 anos de idade, ele se torna o Padre Ibiapina. Logo após sua ordenação, o Bispo Dom João da Purificação o nomeia Vigário Geral e Provedor do Bispado, além de professor de Eloquência do Seminário de Olinda. Mas contrariando seus superiores, opta pela vida missionária. Padre Ibiapina começou então seu trabalho missionário pelo interior do Nordeste. Em diversas vilas construiu casas de caridade, destinadas a moças pobres. Em cada lugar ele pregava, orientava, promovia reconciliações, construía açudes, igrejas, cemitérios, cacimbas e cruzeiros. Um destes cruzeiros foi erguido no sítio Brocotó e ficou conhecido como Santa Cruz, sendo esta a denominação na época do cangaço.
Com o passar do tempo, pelo fato da pequena urbe está no alto da Serra da Baixa Verde, o lugar passou a denominar-se Santa Cruz da Baixa Verde e pertencia administrativamente à bela cidade serrana de Triunfo.

Careta

O pai do nosso entrevistado chamava-se Miguel Moura, tinha uma pequena bodega, além de trabalhar como tropeiro, ou almocreve. Tinha uma tropa de animais e fazia a linha entre as cidades de Triunfo, Serra Talhada e Arcoverde, na época denominada Rio Branco, trazendo e levando cereais. Antônio Ramos comentou que seu pai viajava para vários locais, transportando rapaduras. Inclusive o Rio Grande do Norte foi um dos seus destinos, onde esteve em Mossoró para comprar sal e também em Caicó.

Para nosso entrevistado Clementino Quelé, era chefe de sua família, tinha como irmãos Pedro, Quintino, Antônio, José e Manuel (nezinho), todos considerados homens dispostos, valentes e que “gostavam da espingarda”. Antônio Ramos comenta que na sua infância tinha um enorme respeito por aquele homem. Pouco falou com ele, mas obteve muitas informações sobre Quelé através de seu sogro Joaquim de Fonte, sobrinho do chefe da família Furtado.
Clementino é descrito como um homem forte, de tez acentuadamente branca, que realmente ficava com a pele vermelha quando tinha raiva e esta teria sido a razão de Lampião apelidá-lo pejorativamente como “Tamanduá Vermelho”.


Janeiro de 2009, praça principal da atual Santa Cruz da Baixa Verde, com a estátua do Padre Ibiapina em destaque e a fachada da igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Já para o pesquisador Frederico Pernambucano de Mello (in “Guerreiros do Sol”, 2004, págs. 220 a 225), Quelé era natural da ribeira do Navio, onde seguiu jovem para Alagoas, afastando-se de Pernambuco por questões de disputa familiar. No retorno a sua família vem para Triunfo, no sítio Santa Luzia. O antigo membro de volante João Gomes de Lira (in “Lampião-Memórias de um soldado de volante”, 1990, págs. 123 e 124) comenta ser a Santa Luzia a morada do bravo pernambucano. Já Rodrigues de Carvalho (in “Serrote Preto – Lampião e seus sequazes”, 1974, págs. 200 a 208) informa que ele morava no sítio Santa Cruz. Mas para Antônio Ramos, na época das grandes “brigadas” de Quelé contra Lampião, ele morava no sítio Conceição.
Independente desta questão consta para nosso entrevistado que Quelé e seus irmãos eram analfabetos “-De tudo”. Do tipo que “-Não assinavam nem o A” e nem faziam “Garrancho” do nome. Dizia Quelé ao tio de Antônio Ramos que ele era “careta”, outra denominação para seu analfabetismo. Pois quando olhava para qualquer texto escrito, franzia a testa, mostrava o rosto carregado, com uma careta, por não saber ler.
Mas se Quelé e seus irmãos não sabiam ler, sabiam atirar e muito bem.

De Homem da Lei a Cangaceiro

Para Mello (op. cit.), o bravo Quelé alcançou o posto de subdelegado do seu lugar e impunha a ordem, mas igualmente angariava inimigos. O autor informa que em uma diligência Quelé matou dois ladrões de cavalo, respondeu processo e foi destituído do cargo. Em seu lugar assumiu seu irmão Pedro José Furtado, ou Pedro Quelé.
Em 1922, para livrar o valente chefe da família Furtado do processo, o líder político Aprígio Higino D’Assunção solicita deste e de seus irmãos votos na próxima campanha eleitoral em Triunfo. Diante da recusa de Quelé em apoiá-lo, Aprígio ordena que uma força policial com um oficial e quatorze praças saíssem à caça do valente.
Na tranquilidade do alpendre de sua casa, o sertanejo Antônio Ramos contou que um dia, certo morador do lugar chamado Tomé Guerra, antigo amigo de Quelé, arranjou uma encrenca com o mesmo e entendeu de matá-lo. Tomé chamou outro morador do lugar, também “chegado na espingarda”, de nome Cícero Fonseca. Estes, juntos com um grupo de policiais, colocaram uma tocaia contra Clementino ás cinco da manhã, “-Para pegá-lo com as mãos”.

O senhor de paletó claro nas duas fotos é o major Aprígio Higino D’Assunção, que por três ocasiões foi prefeito em Triunfo e dono de cartório. Para Frederico Pernambucano de Mello ele foi o pivô que levou Clementino Quelé a entrar no cangaço. Fotos reproduzidas a partir do livro “Triumpho a corte do sertão”, de Diana Rodrigues Lopes, págs. 234 e 373.

Quelé ao perceber o ardil, pulou desviando dos tiros e respondeu ao fogo, atingindo certeiramente a cabeça de Cícero Fonseca, tendo o mesmo caído mortalmente ferido em um barreiro. Os outros membros da emboscada “botaram” em Quelé, que conseguiu fugir para sua casa. Clementino teria escapado através de um local onde havia um curral que pertencia a um cidadão conhecido como Sebastião Pedreiro e por uma área onde existia certa quantidade de cactos do tipo palma, utilizados como comida para o gado.
Mello (op. cit.) aponta que um “certo Tomé de Souza Guerra”, do sítio Santana e outros homens engrossaram a força policial que perseguia Quelé. Mas Cícero Fonseca era um companheiro de Quelé, onde os dois bebiam na bodega de Sebastião Pedreiro, quando a polícia cercou o lugar e deu voz de prisão. Na versão do respeitado pesquisador, que conseguiu suas informações através do relato de Miguel Feitosa, o antigo cangaceiro Medalha, o pobre Cícero ao colocar o pé para fora da bodega foi crivado de balas. Vendo que a força policial e os paisanos não vinham para prendê-lo, mas para exterminá-lo, Quelé solicita aos gritos o apoio de amigos das proximidades, estes atenderam ao chamado e a balaceira foi grande. Diante da resistência inesperada a força policial e os paisanos batem em retirada.
Independente de qual a versão correta, todos são unânimes em afirmar que a partir deste confronto os perseguidores passam a “apertar” Quelé, sendo esta a verdadeira razão para ele e seus irmãos entrarem no cangaço junto a Lampião.

A Briga de Quelé com o Cangaceiro Meia Noite

O comerciante e almocreve Miguel Moura nutria uma boa relação com Clementino, a quem chamava de “primo”. Este comentou com seu filho que a razão de sua saída do bando de Lampião foi uma briga com o valente cangaceiro “Meia Noite”.
Este era alagoano, do lugar Olho D’água, atual Olho D’água do Casado, próximo a cidade de Piranhas. Seu nome verdadeiro era Antônio Augusto Correia e pelo fato de possuir a pele negra, recebeu a famosa alcunha. Para o genitor de Antônio Ramos, o negro Meia Noite foi o mais valente de todos os homens que andaram com Lampião, do tipo de gente que “-Dava medo só de olhar”.
Segundo Mello (op. cit.), a razão da briga entre Quelé e Meia Noite foram dois irmãos cangaceiros chamados José e Terto Barbosa. Este último havia assassinado no Ceará o irmão de um chefe cangaceiro, tendo se refugiado com seu mano na serra do Catolé, a cerca de 30 quilômetros da cidade pernambucana de Belmonte, próximo às fronteiras do Ceará e da Paraíba.


A região montanhosa de Santa Cruz da Baixa Verde. À esquerda vemos a estrada que liga esta a cidade ao vizinho município de Manaíra, já na Paraíba. À direita a paisagem a partir da PE-365, que liga Triunfo a Serra Talhada.

Em uma ocasião que os cangaceiros de Lampião e Quelé se encontravam na fazenda Abóbora, pertencente ao tradicional coiteiro Marçal Diniz, chegou uma mensagem de José e Terto para seus tios Neco e Chico Barbosa, igualmente cangaceiros do bando de Lampião. O que os dois sobrinhos solicitavam aos tios era uma maneira de salvarem a pele.
Neco e Chico sabendo que o chefe cangaceiro cearense, conhecido como “Casa Velha”, cujo irmão foi morto por Terto, era amigo de Lampião, acharam por bem pedir a Clementino Quelé que recebesse os dois sobrinhos. O chefe dos Furtados se sobressaía cada vez mais no cangaço junto com seus irmãos e não pôs obstáculo à entrada dos dois rapazes no seu grupo.
Quando Meia Noite soube da história se colocou totalmente contrário, pois foi amigo do homem morto por Terto Barbosa e disse que se ele viesse para o bando iria atirar nele.
O resumo da ópera foi que após Quelé tomar conhecimento da alteração de Meia Noite se coloca ao lado de Terto. Corajosamente disfere uma saraivada de impropérios contra Lampião, Meia-Noite e os outros cangaceiros. Segundo Mello (op. cit), Clementino teria dito textualmente “-Que juntassem tudo que ele brigava do mesmo jeito”.
O chefe dos Furtados percebeu que após este fato, ficar ao lado de Lampião e seu bando seria o mesmo que praticar um suicídio, pois o mais famoso cangaceiro do Brasil era conhecido pelo seu rancor.
Já nosso informante Antônio Ramos transmitiu uma versão diferenciada. Na ocasião destes episódios o chefe dos Furtados estava junto com Lampião e seu bando em um esconderijo próximo a povoação de Patos, já na Paraíba, onde o problema ocorreu no momento em os tios de Terto trouxeram uma carta dos sobrinhos para Quelé e lhe contaram o problema. Quelé então teria solicitado que alguém lesse a dita mensagem em voz alta. Nisto o cangaceiro Meia Noite ouviu sobre o conteúdo da missiva e desconfiou que Quelé fosse colocar aqueles indivíduos como integrantes do bando.
Segundo o entrevistado, Meia Noite conhecia os “Barbosas”, contra quem já havia brigado, era inimigo dos mesmos, principalmente de Terto. O negro alagoano ficou cismado que Quelé, ao colocar aquela turma de valentes no bando, seria um meio para Terto, dos “Barbosas da Serra do Catolé”, dar fim a sua vida.
Quelé ao saber do fato negou. Disse a Meia Noite que “-Gostava de homem valente”, que os “Barbosas” eram pessoas que ele tinha “-Para onde botar”. Meia Noite comentou que sendo Terto seu inimigo, se por acaso ele trouxesse os “Barbosas” para perto do bando, “-Sabia que ia ser uma desgraça, que nóis briguemo e ficou para quando nóis se encontrar, a bala cortar”. Antônio Ramos narrou que Quelé ponderou, afirmando que “-Quando o homem é valente, que pede uma proteção, eu gosto de amparar”.
A discursão entre estes guerreiros foi gradativamente aumentando de tom, crescendo na ferocidade, até que os dois valentes partiram para a luta corporal. Lampião chamou seus homens rapidamente dizendo “-Acode, acode, se não estes homens se matam” e conseguiram apartar a briga.
Para o entrevistado Lampião disse a Quelé “-Que deixasse o negro Meia Noite com ele, pois parecia que ele tinha saído do inferno” e pediu a Clementino e seus irmãos para irem para o sítio Conceição.


Antônio Ramos relata que depois da discursão, Quelé aparentemente não se satisfez com o posicionamento de Lampião e reclamou. No entendimento do chefe dos Furtados, Lampião “-Teria dado mais valor a um negro do que a ele”. Sentindo-se rebaixado no seu racismo tardio, Quelé abandonou a vida do cangaço e ficou marcado por Virgulino.
Outra informação ouvida por Antônio Ramos dá conta que no momento em que Clementino Quelé e seus parentes saíram da região dos Patos e do bando de Lampião, um dos seus parentes, filho de certa “Luzia Lalau” e um tal de Ricardo, pessoas de Santa Cruz, ficaram no bando de Lampião.

Os Tiroteios de Lampião Contra Quelé

Seja através de uma, ou de outra versão, o certo é que tempos depois desta desavença no seio do bando, o chefe Lampião, apoiado pelo fazendeiro Marcolino Diniz, filho do coronel Marçal, vem para Santa Cruz com o objetivo de matar Clementino e seus irmãos. Este encontro ocorreu no dia 5 de janeiro de 1924, um sábado.
Antônio Ramos informa que era um “-Meninote de doze anos”, que a sua casa antiga era próxima a sua atual morada e seu pai possuía uma bodega pequena, mas bem surtida.
Era ainda de madrugada, quase amanhecendo, quando o jovem Antônio Ramos acordou com o barulho de muitas vozes de homens no oitão da sua casa. Era um grupo numeroso de cangaceiros. O garoto notou que todos vinham alegres, animados, equipados, armados e com muita munição. Muitos deles estavam embalados por aguardente e segundo suas próprias palavras, os cangaceiros pareciam estar “-Com fogo saindo pelas orelhas”.
Eles pediram tudo que seu pai tivesse de comida no estabelecimento, além de mais cachaça. Este prontamente passou a servir o bando, especialmente Lampião. Os homens armados não fizeram nada com seu pai ou sua família nesta ocasião.
Antônio assistiu Lampião comendo uma rapadura com queijo e comentando alegremente com a rapaziada sobre a futura luta. Ele se apresentava animado, doido para brigar. Neste momento pronunciou uma frase que Antônio Ramos jamais esqueceu.
“-Da família de Quelé, hoje só se salva quem avoa”.
O Rei do cangaço ainda afirmou que “- Hoje eu vou beber o sangue de todo mundo”.
Nesta ocasião, durante o nosso encontro, o nonagenário entrevistado alterou-se, ficando visivelmente emocionado. Ele recordou que se tremeu todo, no momento que escutou estas frases do famoso bandoleiro. Comentou veementemente que viu Lampião falar exatamente da forma anteriormente descrita e narrou este fato agarrando fortemente o braço do autor, tal a emoção.

Segundo informações coletadas em Santa Cruz da Baixa Verde, esta casa reformada teria sido a fortaleza de Clementino Quelé. Entretanto este dado ficou inconclusiva devido a divergências em relações a outras informações que foram apuradas na região.

Ele descreveu Lampião como sendo moreno, alto, rosto comprido, cego de um olho, não usava óculos naquele dia e que mesmo assim enxergava bem. Pouco tempo depois o bando saiu da bodega.
A desproporção da luta que se avizinhava era enorme, pois Quelé tinha junto com ele apenas outros cinco companheiros para lhe ajudar. Para Antônio Ramos os cangaceiros seriam em torno de “-Uns cinquenta homens”. Já Carvalho (op. cit.) afirma que seriam quarenta e cinco. O pesquisador Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho (in “Pernambuco no tempo do Cangaço-Volume I”, 2002, págs. 328 a 330) reproduz o “Boletim Geral nº 05”, emitido pela polícia pernambucana no dia 7 de janeiro de 1924, onde consta que o número de cangaceiros era de sessenta homens.
Mas para os familiares de Antônio Ramos, naquele momento o que importava era buscar de alguma maneira se proteger dentro de casa diante do que iria acontecer e em pouco tempo “-A bala comeu”. Ele e seus familiares ficaram escutando o tiroteio, mas não lembra a duração, só comentou que “-Demorou muito”.
Falou que “-Quando deu fé”, chegou a sua casa um rapaz da família de Quelé com cerca de 16 anos, dizendo que estava dentro de um partido de mandioca quando os cabras chegaram e comentou que “-A bala tava cortando tudo”. Narrou que o rapazinho tinha escutado os gritos dos cangaceiros prometerem “-Derrubar a casa” e o pessoal da casa avisando aos gritos para os atacantes que “-Se derrubar e entrar um, nóis mata na faca”.
A testemunha da batalha de 5 de janeiro de 1924 afirmou que este rapaz avisou que iria a Triunfo buscar uma volante. Nesta cidade o delegado era o tenente Malta e havia uma volante comandada pelo sargento Higino José Belarmino.
O jovem disse que seguiria através de um caminho alternativo, evitando a vereda que levava normalmente para esta cidade, pois com certeza os cangaceiros deviam ter “-Botado uma emboscada aculá na frente”. O jovem deixou a casa de Ramos, seguindo em direção a serra dos Nogueiras, saindo no lugar chamado Gameleira e de lá para Triunfo.

Edição do jornal recifense “A Notícia”, de 14 de janeiro de 1924, existente na hemeroteca do Arquivo Público do Estado de Pernambuco, informando erroneamente sobre a ação da polícia, durante o segundo ataque de Lampião contra Quelé.

Entretanto, para nosso entrevistado, a polícia ficou “insonando”. No seu linguajar típico, onde Antônio Ramos utilizava expressões difíceis de serem ouvidas atualmente no sertão nordestino, ele quis dizer que os homens da lei ficaram enrolando e só foram chegar a Santa Cruz por volta das 11 horas da manhã.
Esta volante levou várias horas para percorrer os seis quilômetros entre as duas localidades. Provavelmente para os policiais, a ocorrência em Santa Cruz era um problema entre bandidos e quanto mais deles se matassem entre si, melhor. Mas diante da resistência feroz realizada por Clementino e seus companheiros, a polícia se deslocou para evitar a pecha de conivência e covardia.
Apesar da evidente falta de vontade dos policiais de irem a lutar, ficamos imaginando o conflito dentro da própria volante, entre aqueles que queria ir e dos que não queriam, pois certamente nem todos eram covardes e honravam a farda que vestiam.
Enquanto isso a família de Quelé, literalmente “comia chumbo” e o tiroteio não dava mostras de diminuir. A casa sofria diante da quantidade de tiros, em mais de seis horas de batalha ininterruptas. Antônio Ramos e seus familiares, até por razões bastante óbvias, não viram nada da refrega, apenas escutaram assustados a troca de disparos.
Nosso entrevistado comentou que nesta época morava na sua casa um primo chamado Augusto e foi este quem primeiro ouviu um tiro de fuzil. Esta arma possuía um som característico e bem diferente dos rifles Winchester, de calibre 44, ainda bastante utilizados pelos cangaceiros e pelo pessoal de Quelé. O som lhe chamou a atenção e mostrava que a polícia estava chegando, vindo pelo caminho que seguia para a pequena Santa Cruz, que nessa época era um simples arruado “-Com no máximo quatro casas”.
Aparentemente a Força Policial começou a atirar com seus fuzis muito antes de chegar ao local do confronto, esperando que assim os cangaceiros debandassem. Mas segundo o nosso informante, foi nesse momento que o tiroteio ficou ainda mais forte, “-Com a fumaça cobrindo tudo” e as balas “-Zunindo por riba de casa”, o que deixou os membros da sua família extremamente assustados. Podemos deduzir através de suas informações que, de alguma maneira, a sua casa ficou entre o fogo cruzado.

O aposentado coronel Higino José Belarmino, em foto de Josenildo Tenório, de 1973. Reprodução feita a partir da página 50 do livro “Lampião, o cangaceiro e o outro”, de Fernando Portela e Claudio Bojunga, edição 1982.

Segundo Ferraz (op. cit.), no “Boletim Geral nº 05” encontramos a informação que o tiroteio morreu o irmão Pedro Quelé e Alexandre Cruz, ficando ferido Deposiano Alves Feitosa. Antônio Ramos narra que seu pai considerava Pedro Quelé como um homem valente. Na região ficou conhecido o fato que quando acabou a sua munição, este pediu garantias para sair, mas ao colocar a cabeça para fora da janela, foi impiedosamente morto.
Depois de toda uma batalha tenaz onde não tivera êxito, Virgulino Ferreira da Silva não refreou sua vontade de acabar com o atrevido Clementino Quelé.
Ferraz (op. cit.) mostra que no “Boletim Geral nº 07”, da polícia pernambucana, emitido no dia 9 de janeiro de 1924, reproduz um bilhete do tenente Malta informando “Acha-se grupo de Lampião proximidade de Santa Cruz”. O militar ainda comentou na missiva que contava com “89 praças” para defender Triunfo e região.
Mesmo com esta força nas proximidades, seis dias depois, no dia 11 de janeiro, uma sexta-feira, Lampião e seus homens voltaram para aplicar uma segunda dose de chumbo em Quelé e seus companheiros.
Antônio Ramos recordou muito bem que em relação a este combate, percebeu que o sol já vinha saindo quando o tiroteio teve início e novamente a história se repetiu. De um lado os cangaceiros sedentos de sangue e do outro um pequeno grupo de homens se defendendo como podiam.
Segundo Lira (op. cit.), Lampião despejava todo tipo de impropérios e palavrões conhecidos contra o destemido Quelé e seu pessoal. Mas os sitiados respondiam, cantavam e assim irritavam o chefe dos cangaceiros.
Mesmo com uma força policial numerosa em Triunfo, novamente os agentes de segurança do Estado levaram outras seis longas horas para chegarem a Santa Cruz, repetindo-se o que ocorreu no domingo anterior. De toda maneira Clementino só conseguiu se safar pela chegada do destacamento policial baseado em Triunfo.
Para Antônio Ramos, consta que Quelé tinha um parente de nome José, apelidado “José Caixa de Fósforo”, que parece ter estado nos dois tiroteios.
Apesar do antigo cangaceiro de Lampião sair vivo nestes combates, a família Furtado foi praticamente exterminada. Segundo Mello (op. cit.), tanto neste, como em combates futuros, morreram três irmãos, dois genros e um sobrinho. Além destes seis parentes, segundo o pesquisador, mais cinco amigos do valente Quelé pagaram com a vida e inúmeros outras pessoas ligadas a Clementino ficaram feridos.


Em relação aos confrontos de janeiro de 1924, Antônio Ramos contou que uma das casas que foi palco dos dramas ainda existia e que na época era considerado um sítio afastado da então vila. Tentamos localizar o local. Chegamos a fotografar uma residência antiga, mas reformada. Entretanto houve divergências com outros informantes, que comentaram ter sido as casas da família de Quelé derrubadas há muito tempo.
Independente da residência correta onde aconteceram os tiroteios, fomos informados por pessoas da região, nascidas anos após os episódios, que seus parentes mais velhos narrarvam que quando estes seguiam para capinar nas proximidades das antigas vivendas, a coisa mais comum era encontrar capsulas deflagrada de rifles e fuzis.

O Vingador do Sertão

Depois dos tiroteios, Quelé ficou meio perdido pela região, sendo protegido por Higino Berlarmino. Para Antônio Ramos, foi o coronel José Pereira, o chefe político da vizinha cidade paraibana de Princesa, que deu o apoio decisivo para Quelé se tornar um implacável caçador de Lampião.
Após o grande assalto ocorrido na cidade de Sousa, em 27 de julho de 1924, Pereira exigiu que seu parente Marcolino Diniz não desse mais apoio a Lampião e o expulsasse da região dos Patos. Por indicação de alguém que Antônio Ramos não recorda, foi sugerido ao “dono” de Princesa o nome de Quelé, para que este servisse no comando de uma volante em perseguição a Lampião. A solicitação foi feita ao então governador paraibano João Suassuna e Clementino Furtado passa a ser conhecido como o Sargento Quelé.
Sua volante, a famosa “Coluna Pente Fino”, ficou marcada na história do cangaço pela selvageria como combatia os cangaceiros e infligia o terror aos coiteiros. Muitos parentes fizeram parte do grupo. Se não faltam relatos de valentia do seu pessoal, infelizmente não faltam informações que inúmeros inocentes sofreram nas mãos dos homens de Quelé, além de inúmeros atos de pura rapinagem.
De toda maneira o “investimento” do governo da Paraíba em Quelé não foi em vão. Três anos e meio depois dos combates em Santa Cruz, no dia 14 de junho de 1927, ele e seus homens eram a primeira força policial a adentrar em Mossoró, após a fracassada tentativa de Lampião para conquistar a maior cidade do interior potiguar. Nesta ocasião consta que no currículo de combates de Quelé contra o Rei do cangaço, estavam listados vinte e um tiroteios.
Para Antônio Ramos, mesmo com toda coragem e capacidade para caçar cangaceiros, foi o analfabetismo de Quelé que deixou que ele permanecesse nas fileiras da polícia da Paraíba apenas com a graduação de sargento.

Uma antiga cruz, ou cruzeiro em Santa Cruz da baixa Verde, marca o local onde tombou uma vítima de “morte matada”

Quelé morreu já idoso na Paraíba, no lugar chamado Prata, próximo a cidade de Monteiro. Segundo Antônio Ramos, ele sempre vinha visitar o sítio Conceição e a pequena Santa Cruz.
A história de Clementino Quelé e sua vingança contra Lampião se tornariam quase uma lenda no imaginário das futuras gerações dos sertanejos do Nordeste. Aparentemente um destes que se encantou com as lutas de Quelé foi Luiz Gonzaga, o “Rei do baião”. Em parceria com José Marcolino, o sanfoneiro de Exu compôs a música “No Piancó”, onde em um trecho diz;

“Lá viveu o Clementino
Que brigou com Lampião.”


Não posso garantir que o Clementino descrito na música do grande artista pernambucano, seja o mesmo homem que perseguiu implacavelmente Lampião.
Mas houve outro?

A Morte do Pai de Antônio Ramos

Um dia, em 1926, segundo o entrevistado, o terrível chefe bandoleiro Sabino, acompanhados dos cangaceiros Juriti, Ricardo e outros, vieram de um lugar próximo chamado Lagoa do Almeida, da família dos Marianos e seguiram para a casa do senhor Manuel da Cruz. Este era um fazendeiro, tendo sido comentado aos cangaceiros ser um homem que possuía muito dinheiro Como este não foi encontrado, os cangaceiros continuaram seguindo em direção a pequena povoação de Santa Cruz.
No caminho passaram adiante da casa de Miguel Moura. Como um dos cangaceiros era afilhado de batismo da mãe do entrevistado, por força do parentesco, pediu a Sabino, Juriti e Ricardo, que fossem na casa do sítio Conceição, ver se “arranjavam alguma coisa” com sua madrinha, que ele ficaria de fora.

Sabino fotografado montado em 1927, na cidade cearense de Limoeiro do Norte, logo após o fracassado ataque a Mossoró.

A chegarem ao pequeno comércio, Sabino e os outros entram e passam a torturar Miguel Moura a ponta do punhal, para o mesmo dar conta do dinheiro que conseguia com o transporte nos burros. Na casa do pai do entrevistado se encontrava uma empregada da vizinha Isabel Correia, conhecida como Zabê e esta senhora foi a vivenda do entrevistado para moer milho. Os cangaceiros quiseram lhe arrebatar uma aliança, mas ela conseguiu tirar a joia do dedo e colocou-a na boca. Os cangaceiros exigiram o objeto de valor e a mesma recusou-se a entregar. Os bandidos passam a ação, tentando forçar a mulher a entregar a aliança e começa uma luta. A empregada lutou tão bravamente que teria quebrado o nariz do seu atacante. O próprio Sabino mandou soltá-la, tendo dito que “-Esta é uma desgraça que nem o diabo pode”. A mulher foi embora correndo com a aliança.
Na casa da vizinha Zabê, que possuía certa quantidade de ouro, eles chegaram e arrastaram o que puderam, mandando inclusive a mulher tirar os brincos ou “-Cortariam com o pedaço da orelha”. O marido da mesma, Manuel Correia, foi chegando a casa e os cangaceiros o renderam com pistolas, que colocaram no pescoço do mesmo.
Para o pai do entrevistado a sorte não foi tão boa. Disseram que ele era rico, mas Miguel Moura comentou que gastava muito na propriedade. Daí Sabino ordenou que em oito dias ele conseguisse um conto de réis, sob pena de morrer.
O pai do entrevistado sofria do coração e diante de toda a tensão provocada pelas ameaças, veio a ter um ataque cardíaco. Sem assistência médica, que era muito difícil na época, morreu nove dias depois da “visita” dos cangaceiros.
Depois destes fatos, o nosso entrevistado e a família foram para Triunfo, onde perderam a roça e tiveram muitos prejuízos. Seguiram depois ao Juazeiro, para uma entrevista com o Padre Cícero, que os aconselhou a não voltar logo para casa.
Este fato foi testemunhado pela irmã de Antônio Ramos, criança a época, que se encontrava brincando defronte a casa no momento da passagem dos cangaceiros, tendo ela visto e escutado tudo.
Se para alguns, Sabino é apontado como “revolucionário”, para Antônio Ramos, ele é tão somente um arrogante bandido, cruel ladrão e frio assassino.

Início da extensa reportagem divulgada no jornal recifense “A Província”, edição do dia 10 de julho de 1926, dando conta do ataque de Sabino a Triunfo.

No dia 7 de julho de 1926, Sabino e seu grupo foram a Triunfo para assaltar a cidade. O bando fez muita bagunça, atacando a loja de tecidos de Antônio de Campos, o maior comerciante da cidade. Os cangaceiros levaram até um machado para furar o cofre, mas não conseguiram, passando a tocar fogo n estabelecimento.
Segundo Ramos, na ocasião se encontravam na cidade dois soldados, de nome José Sabiá e José Piauí, que foram atacados pelo bando. O inusitado foi que Sabiá morreu com apenas um tiro e o Piauí, mesmo levando sete tiros, escapou com vida.
Para Lira (op. cit. pág.401) Sabino e seus homens entraram na cidade serrana quando se encontravam apenas quatro militares para protegê-la e corrobora a afirmação de Antônio Ramos quando escreve que “o soldado que foi morto tinha o apelido de Sabiá”.

A Última Vez Que Antônio Ramos Viu Lampião e seu Bando

Depois que o nosso informante e sua família voltaram à antiga casa do sítio Conceição, eles procuraram seguir a vida.
Mesmo diante da situação, o jovem Antônio Ramos não deixou de estudar. Em um dia de 1927, estava ele por volta das onze da manhã em uma escola nas proximidades de Triunfo, junto com um professor nascido na cidade de Floresta, quando chegou um grupo de cavalarianos armados e equipados. A princípio o mestre pensou que fossem policiais, mas o entrevistado comentou com segurança que “-Aquele ali é Lampião, eu conheço”. Segundo ele eram em torno de “130 cangaceiros”, todos equipados, com chapéu de couro quebrado, cheio de medalhas, fuzis, cada um levando dois bornais e cartucheiras. Antônio Ramos ficou se perguntando como eles lutavam com tanto equipamento.
Entre os cangaceiros, nosso entrevistado conhecia um deles. Chamava-se Isaías Vieira, e era de um lugar conhecido como Xique-Xique. Havia sido ladrão de bodes, que após ser preso apanhou muito e havia entrado no cangaço por vingança.
Nesta ocasião todos os cangaceiros estavam a cavalo, pegando animais descansados e deixando os que estavam viajando. Comentou que apenas às seis da noite, uma volante da polícia de Alagoas passou na região seguindo o bando. Este grupo era comandado por um militar conhecido como “tenente Arlindo”. A ocasião desta visita foi próximo ao mesmo período em que ocorreu o ataque a Mossoró.
A bibliografia mostra o quanto aparentemente nosso informante estava certo, mesmo com algumas pequenas alterações.
O Pesquisador José Alves Sobrinho, da cidade de Serra Talhada, em Pernambuco (in “Lampião e Zé Saturnino-16 anos de luta”, 2006, pág. 112), comenta que na mesma época que Lampião seguia para Mossoró, passou na zona rural de Vila Bela, a antiga denominação do município de Serra Talhada, na fazenda Barreiras, de propriedade de Martins Venâncio Nogueira, conhecido como Martins da Barreira. Segundo o autor, o proprietário da fazenda Barreira conversou longamente com Lampião naquele dia e afirmou que junto ao chefe estavam “118 cangaceiros”.
Segundo Lira (op. cit pág. 379.) comenta que em fins do mês abril de 1927, este grande grupo de cangaceiros estava sendo realmente sendo seguido por uma força volante comandada pelo militar Arlindo Rocha, que salvo engano seria da polícia pernambucana e possuía a patente de sargento.
Antônio Ramos informou que nunca leu um livro sobre cangaço, que conta por que sabe e viu. Os fatos envolvendo Lampião e o cangaço era informação corrente na região. Tudo era narrado de boca em boca, nas feiras, nas ruas. Detalhes sobre a intriga dos Ferreiras com os Saturninos de Vila Bela, a história do chocalho, as brigadas e tudo mais que levou Lampião a entrar no cangaço, era muito repetido.
Apenas em uma ocasião Antônio Ramos viu uma revista com a foto das cabeças cortadas em Piranhas, Alagoas, após o ataque que deu cabo de Lampião e acha que era ele mesmo.