Uma pesquisa realizada em nosso município, entre os anos de 2001 e 2003, pela professora do Departamento de Serviço Social do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da – Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Rosineide Cordeiro, foi recentemente publicada na “Revista Estudos Feministas” do Campus Universitário de Trindade, em Florianópolis no Estado de Santa Catarina.
A pesquisa, que é parte de tese de doutorado em psicologia social, enfoca as maneiras utilizadas pelas agricultoras ao surgir à necessidade de se regularizarem civilmente e tirarem seus documentos. São apontadas desde a falta de interesse de adquirirem a regularidade, até as dificuldades que nossas mulheres sertanejas encontram quando da necessidade de estarem de posse de tais documentos para, por exemplo, receberem os rendimentos de aposentadoria pagos pela Previdência Social. Um ponto interessante deste estudo é quando a autora cita os meios utilizados no município para se vencer a burocracia e os valores a serem pagos na solicitação de documentos:
“Muitas tiraram os documentos, acompanhadas de um vereador ou de um cabo eleitoral de confiança da família. Assim, a família se livrava das taxas, dos gastos com transporte e das dificuldades no manejo da burocracia. Os vereadores ou cabos eleitorais facilitavam o processo de aquisição de documentos e, em troca, a família assumia o compromisso de votar naquele candidato. Essa prática perdura até hoje, contribuindo para a manutenção do clientelismo político ainda vigente no país”.
Algumas mulheres do distrito de Jatiúca são citadas no artigo, como forma de mostrar como as mesmas são rodeadas de dificuldades na hora em que buscam retirar seus documentos.
