segunda-feira, 16 de março de 2009

JORNAL DO COMMERCIO TRÁS REPORTAGEM SOBRE FENÔMENO DA CRATERA DA PANELA

O Jornal do Commercio de sábado (14), publicou reportagem sobre arte pré-histórica que revela a queda do meteorito que abriu a cratera da panela. A tese é defendida pelo astrônomo Pierson Barretto e será apresentada no Congresso Internacional de Arte Rupestre, que ocorrerá de 29 de junho a 03 de julho, no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI). Acompanhe a reportagem completa com o cientista que vem divulgando o fenômeno ocorrido em nosso município para o Brasil e para o mundo.

ARTE REVELA QUEDA DE METEORITO

Astrônomo fotografou pinturas rupestres para mostrar que povos pré-históricos registraram abertura de cratera no Sertão de Pernambuco.

Uma cratera de 550 metros de diâmetro existente no Sertão de Pernambuco pode mesmo ter sido aberta por um meteorito e não ser resultante da ação do vento. É o que indica levantamento realizado em 15 sítios de arte rupestre em que populações pré-históricas registraram graficamente o fenômeno.
No estudo, o astrônomo amador Pierson Barreto fotografou pinturas e gravuras rupestres que descrevem o cometa. Num dos sítios arqueológicos, a Toca do Cosmos, perto de Xique-Xique (BA), datações apontam a presença humana no local 1.200 anos antes de Cristo. “Provavelmente, foi quando ocorreu o fenômeno”, afirma Pierson, que há 14 anos se dedica à pesquisa da cratera, no município de Santa Cruz da Baixa Verde, a 445 quilômetros do Recife.
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Os resultados serão apresentados no Congresso Internacional de Arte Rupestre, que ocorre de 29 de junho a 3 de julho, no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI). “O resumo do trabalho foi aceito e acho que referendará arqueologicamente a ocorrência do fenômeno”, acredita o pesquisador. .
Com a ajuda de um computador, Pierson projetou a trajetória do cometa. “É impressionante como coincide o ângulo de visão de cada sítio de pintura rupestre com a forma que o fenômeno é descrito, mostrando que os registro são, sim, da passagem do cometa”, afirma.

A cratera está numa localidade chamada Panela de Triunfo. É que a formação geológica lembra uma panela e Santa Cruz da Baixa Verde era distrito de Triunfo. A depressão rochosa foi formada pelo impacto do meteorito, que provavelmente ocorreu a 4,2 quilômetros por segundo.
Segundo Pierson, o cometa pode ser visto num raio de 300 quilômetros da Panela de Triunfo. Para ele, as pinturas e gravuras rupestres são como fotos. “É um registro pictórico de um fato real que impressionou os índios pelo barulho e o clarão.”
“A trajetória de entrada do asteróide formou um ângulo rasante com a atmosfera terrestre, percorrendo uma distância maior que 3000 km. Com uma velocidade estimada em 14km/s para o asteróide, o evento de entrada pode ter durado mais de tres minutos e meio para percorrer o espaço brasileiro. O meteoro foi visivel a partir de grandes distâncias, desde o Sul, Sudeste, Centroeste e Nordeste. Na figura, a circunferência amarela reprenta a distância de 300km de raio da região em que foi visível acima do horizonte a explosão troposférica do bólido. a circunferência vermelha interior tem 500km de raio, delimita a região onde foram ouvidas as explosões primárias e secundárias e foram sentidos os abalos sísmicos do fenômeno meteorítico que formou a cratera da Panela (PE). a circunferência maior tem 1000km de raio, delimita a região de estudo dos sítios arqueoastronômicos onde se encontram registros pré-históricos do evento cósmico. No horizonte, a projeção da entrada do meteoro na atmosfera terrestre”.

“Localização de sítios arqueoastronômicos com presença de temática meteorítica: Triunfo (1) em PE, Exú (2) em PE, Xique-Xique (3) na BA, Irecê (4) na BA, Montalvânia (5) em MG, Iraquara (6) na BA, Xingó (7) em AL, Águas Belas (8) em PE, Iatí (9) em PE, Buíque (10) em PE, Ingá (11) na PB, Parelhas/Carnaúba (12) no RN”.
Há as pinturas axiais, que se constituem na imagem convencional do fenômeno, com o núcleo à esquerda e a cauda à direita, como nos presépios católicos. A segunda é a radial, em que o cometa é visto de frente e fica parecido com uma hélice. As estrelas e sóis que representam a passagem do cometa são acompanhados por agrupamento de pontos, semelhante à representação matemática de conjunto. Para Pierson, trata-se de contagens da quantidade de meteoros explosivos originados do cometa.

O pesquisador lembra que cometas são corpos celestes compostos de rochas e gases congelados. Atrás deles se forma uma nuvem de poeira ou gás, que constitue a cauda. Ao entrar em contato com a atmosfera terrestre, a maioria dos fragmentos dos cometas se desintegra, formando os meteoros, um fenômeno luminoso. Os que conseguem ultrapassar essa barreira e alcançam a superfície terrestre são chamados meteoritos.

FONTES: Jornal do Commercio – Recife-PE
http://astrofotos.info/main.php