ARTE REVELA QUEDA DE METEORITO
Astrônomo fotografou pinturas rupestres para mostrar que povos pré-históricos registraram abertura de cratera no Sertão de Pernambuco.
Uma cratera de 550 metros de diâmetro existente no Sertão de Pernambuco pode mesmo ter sido aberta por um meteorito e não ser resultante da ação do vento. É o que indica levantamento realizado em 15 sítios de arte rupestre em que populações pré-históricas registraram graficamente o fenômeno.
No estudo, o astrônomo amador Pierson Barreto fotografou pinturas e gravuras rupestres que descrevem o cometa. Num dos sítios arqueológicos, a Toca do Cosmos, perto de Xique-Xique (BA), datações apontam a presença humana no local 1.200 anos antes de Cristo. “Provavelmente, foi quando ocorreu o fenômeno”, afirma Pierson, que há 14 anos se dedica à pesquisa da cratera, no município de Santa Cruz da Baixa Verde, a 445 quilômetros do Recife.
(Para ampliar click na imagem)
Com a ajuda de um computador, Pierson projetou a trajetória do cometa. “É impressionante como coincide o ângulo de visão de cada sítio de pintura rupestre com a forma que o fenômeno é descrito, mostrando que os registro são, sim, da passagem do cometa”, afirma.
Segundo Pierson, o cometa pode ser visto num raio de 300 quilômetros da Panela de Triunfo. Para ele, as pinturas e gravuras rupestres são como fotos. “É um registro pictórico de um fato real que impressionou os índios pelo barulho e o clarão.”
“A trajetória de entrada do asteróide formou um ângulo rasante com a atmosfera terrestre, percorrendo uma distância maior que 3000 km. Com uma velocidade estimada em 14km/s para o asteróide, o evento de entrada pode ter durado mais de tres minutos e meio para percorrer o espaço brasileiro. O meteoro foi visivel a partir de grandes distâncias, desde o Sul, Sudeste, Centroeste e Nordeste. Na figura, a circunferência amarela reprenta a distância de 300km de raio da região em que foi visível acima do horizonte a explosão troposférica do bólido. a circunferência vermelha interior tem 500km de raio, delimita a região onde foram ouvidas as explosões primárias e secundárias e foram sentidos os abalos sísmicos do fenômeno meteorítico que formou a cratera da Panela (PE). a circunferência maior tem 1000km de raio, delimita a região de estudo dos sítios arqueoastronômicos onde se encontram registros pré-históricos do evento cósmico. No horizonte, a projeção da entrada do meteoro na atmosfera terrestre”.
Há as pinturas axiais, que se constituem na imagem convencional do fenômeno, com o núcleo à esquerda e a cauda à direita, como nos presépios católicos. A segunda é a radial, em que o cometa é visto de frente e fica parecido com uma hélice. As estrelas e sóis que representam a passagem do cometa são acompanhados por agrupamento de pontos, semelhante à representação matemática de conjunto. Para Pierson, trata-se de contagens da quantidade de meteoros explosivos originados do cometa.
FONTES: Jornal do Commercio – Recife-PE
http://astrofotos.info/main.php